...
o céu não me basta!
...
inconformada nasci,
inconformada morrerei.
...



(aqui)

respondeste-me com esta imagem.

e assim te li:
estou feliz, minha tão querida mãe!

...
é verdade que acendi um fósforo... dois!
talvez mais!
...

a voz... na ponta dos dedos,
caindo em gotas.

abraça-me!
abraça-me com força, com a vontade imensa de me teres.
...

engulo em seco outra partida.
choro, suo, sangro!
...

...
então encosta o teu calor no meu calor para eu sentir o que é amor!

dos teus carnudos dedos
brotam tenras palavras cor de sangue

o céu indicou-me o caminho.
direcção
e sentido!

num dia em oiro, e em azul
envio-te esta flor,
em tons de azul...
como o nosso amor!

e
viveram felizes para sempre.

meu quadro em cinza.
hoje
tão meu... tão eu!

...
para que hei-de querer-te a ti,
que foste um simples aguaceiro na minha vida?!

descanso
sobre a saborosa humidade do teu cansaço

a minha saudade está tão cheia
e continuam a caber nela tantas lembranças.
...

queres que te fale dos afectos?!

bebo da cor da felicidade

cuido-vos!
com uma presença,
serena e atenta.
com um olhar,
terno e afirmativo.

palavras...
serpenteiam-me na boca
e explodem-me no peito.

nesta paleta de azuis em que imerjo

deixarei por revelar os meus segredos.

...
é nua que me sinto,
nascida numa era que não a minha...
...

não precisas de explicar-me a ternura.
se te tenho a ti!

...
escolheria bach!
...
estarei descalça para beber da terra e sentir como me sutenta o equilíbrio.
...








(aqui)

apurei os ouvidos
e entendo a suave linguagem das flores

preparei o nosso leito com lençóis azuis de seda
nele seremos aves, num livre voo

descanso ao final de tarde

só e de olhos posto no mar